MEMÓRIAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA

Aqui você encontra textos que compartilham memórias relacionadas à Educação Física nas mais diversas circunstâncias. Você quer contar a sua história? Envie para nós CLICANDO AQUI.



Deuziane Brito, 2012

          Praticamente toda minha vida escolar foi no Colégio da Polícia Militar do Ceará. Aprendendo não só as disciplinas básicas, mas certas regras da conduta militar. O ginásio do colégio, que pode ser invejado por qualquer ginásio de escola privada, não era exclusivamente para as aulas de Educação Física ou para treinamento das seleções, existiam algumas solenidades que eram realizadas ali, obrigatoriamente a solenidade do 3º ano de Ensino Médio.
          Mas eu to aqui pra falar das aulas de Educação física, eu entrei neste colégio na 2º serie do ensino fundamental nesse período as aulas de educação física era no contra- turno, ou seja, se você estudava pela manhã, fazia educação física à tarde. Nós podíamos optar por uma modalidade ou esporte, nesse tempo até tinha balé e Karatê.
          Durante dois anos fiz vôlei e depois mais dois anos de natação. Depois eles resolveram mudar esse sistema, quem me dera se tivesse sido pra melhor, ate que a intenção era boa. A partir da 6º serie a educação física seria dividido no ano, por modalidades, a cada dois meses um esporte diferente. Num sei por que, mas eu não lembro de ter passado por futsal ou basquete. E também passou a ser no mesmo turno das aulas regulares.
          Quando chegou o ensino médio desandou foi tudo, os professores faziam aquele papel de “jogar a bola”, só se davam o trabalho de dividir a quadra, de um lado futsal pros meninos e de outro carimba ou aquele “raxa” de vôlei para as meninas. Só vim a ter uma prova teórica de Educação física no 3º ano do ensino médio, onde a gente nem era obrigada a participar das aulas. Nossas provas práticas eram testes de resistência [...]





Fidel Machado, 2012

          Como já era de costume, passado alguns meses, ao final de todo Campeonato Cearense de Vôlei era realizada uma festa de premiação de todos os campeões, revelações, melhores atletas enfim, uma cerimônia cheia de troféus e medalhas. E no ano de 2005, eis que inicia o Campeonato Cearense. Animação. Ansiedade. Desejo. Tá, confesso que era um sonho sagrar-me junto a equipe campeão cearense.
          Piiiiii. Iniciavam as partidas. Batalhas suadas, vencidas e comemoradas. Cada noite, mentalizava por horas o que havia errado nos jogos anteriores. “Mão para fora. Vira no corredor. Acelera o braço. Espera mais. Invade. Deixa de ser mole. Bate essa bola.” As palavras do treinador ninavam o meu sono.
          Apito após apito o sonho foi se aproximando, tornando-se algo palpável, tangível e real. E no final de 2005, naquela festa tão esperada o presidente da federação anuncia: Colégio 7 de Setembro campeão estadual mirim. Subir no palco e receber a medalha foi uma sensação indescritível. A realização de um sonho de menino. E vejam vocês que surpresa. Ao final do anuncio dos campeões dar-se início as premiações individuais, fundamentos técnicos, categoria por categoria. E para sacramentar a noite na categoria mirim Fidel Machado de Castro Silva é eleito o melhor atleta do estado do Ceará. Que momento marcante. Que noite inesquecível.





REFLEXÃO DE UMA EDUCAÇÃO FÍSICA INFORMAL

Caio Fernandes, 2012


          Havia um tempo que meu ginásio era de buraco, pedra, areia e lama. Minha bola era de tampa de refrigerante, ou várias meias juntas em formato redondo, bola de papel, ou até mesmo quando chutava o vento aquilo tornava-se uma bola. As atividades “lúdicas” eram brincadeiras que envolviam perigo e habilidade, como trepar em uma árvore, pular um muro, escorregar por uma escada.
          É interessante perceber como as adversidades trazem consequências boas, como por exemplo: Quem praticou uma atividade por um período da sua vida em um terreno de má qualidade, quando utiliza um espaço bem estruturado geralmente tem mais facilidade de se adequar.
          Refletindo e relembrando o passado, chego à conclusão que temos que vivenciar os piores espaços, participar das brincadeiras mais perigosas e desafiadoras, adaptar, criar novas possibilidades para substituir um material que seria necessário, e se arriscar sem o menor pudor de se quebrar todinho, para ter experiência que no futuro fundamental será.




MINHAS MEMÓRIAS

Juliana Barros, 2012

          Mais um ano começa… E mais uma vez devo enfrentar a tal fila pro atestado. Não gosto de esperar, mas é necessário. Preciso saber se farei Educação Física ou não. Espero na fila e depois de um bom tempo escuto: – Próximo! Entro na sala e novamente vejo aquela senhora gorda me fazendo perguntas e aferindo minha pressão. Penso: Como é possível uma pessoa tão gorda, que aparenta nem se preocupar com sua própria saúde me fazendo indicações do que devo ou não fazer?… Sou muito nova, talvez meu questionamento seja bobo e incoerente. Mas confesso que essa situação não me agrada.
          Aprovada, foi o que ouvi daquela senhora. No meu pensamento só me vinha uma coisa: ainda bem que acabou. Detesto esse exame. Detesto ser avaliada. E estou morrendo de fome. Não teria outro horário pra isso?! Ah… Ainda bem que acabou! Terei que fazer Educação Física. Acho até bom, pois gosto de esportes, atividade. Vejamos o que vem por aí.






SIMPLES EDUCAÇÃO FÍSICA

Matheus Mariano, 2012

          Se me perguntassem sobre as minhas lembranças das aulas de educação física, ou qualquer coisa relacionada ao assunto, antes de entrar para o curso de licenciatura em educação física com certeza não escreveria sobre a memória que narro neste texto, mas foi a que mais me fez refletir, por isso decidi compartilhá-la.
          Quando eu era bem novo, entre a alfabetização e a 1º série, no meu colégio teve uma festa do Dia das Crianças, com várias atividades recreativas. Entre essas estava a que me marcou.
          Naquele tempo estudava em uma escola bem pequena, com pouca infraestrutura, mas as aulas dos professores valiam muito. Alunos e professores eram muito próximos, inclusive, eu era muito próximo da professora de português, pena que não consigo lembrar o nome dela. Naquele evento já era quase meio-dia quando ela propôs um concurso de dança. Estávamos com fome, cansados e com vontade de ir embora, no entanto, ela derrubou todas as probabilidades de fracasso e fez tudo dar certo.
          Já li textos sobre dança na escola e sei das dificuldades dos professores para introduzir essa matéria no currículo escolar. Porém, não aconteceu nenhum empecilho naquele dia. Minha professora apenas disse para formarmos pares e que dançássemos ao som da música. O par que dançasse melhor, segundo o julgamento dela, ganharia chocolates. Lembro que ninguém ligou se os pares eram formados, necessariamente, entre meninos e meninas, só se juntaram com quem se sentiam mais à vontade. A pluralidade se fez naturalmente.
          Os pares foram formados, não ouvi nenhum menino reclamando e não vi nenhum deles inibido com a dança, apenas cada um dançava como queria com o seu par. Foi simples, contudo uma grande lição para mim. Chego a achar [...]





UMA VISÃO SUPERFICIAL SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Thallysson Jardel, 2012

          As aulas de Educação Física eram ministradas em aulas práticas e teóricas – quando tinham – sobre esportes coletivos. As aulas da disciplina supracitada só iniciaram a partir da 5ª série (“parece” que o movimento antes dessa faixa etária é “desnecessário”), pois até a 4ª série quem ministrava as aulas eram as pedagogas (não me recordo de nenhum momento das minhas aulas até esse período). Nas aulas teóricas eram tratados fatos históricos sobre como surgiu cada esporte, seu desenvolvimento, regras, características, ou seja, todos deveriam sair árbitros e historiadores da modalidade. Não que eu seja contra o conhecimento das regras, mas da maneira como era abordado não fazia muito sentido, isso com a visão que tenho atualmente como estudante de graduação em Educação Física. Como os fatos históricos de cada modalidade poderiam ter sido relacionados com os acontecimentos da época.
          Já nas aulas práticas tudo era “maravilhoso” (sob o olhar limitado do passado), pois íamos para as aulas de Educação Física apenas praticar esporte, e como tinha uma bagagem motora já considerável sempre estava entre os destaques em todas as modalidades (não que eu fosse o melhor em todas, mas dava pra enganar e ser sempre disputado para compor o time de quem tirava os mesmos). Meninas e meninos em horários distintos, como era maravilhoso por um lado e ruim por outro. Ruim pelo fato de não poder dar uma paquerada, mostrar para elas os meus dons e dotes físicos, corporais, etc, e maravilhoso porque elas não iriam nos atrapalhar, pois a única coisa que “sabiam” fazer era jogar carimba e olhe lá.
          Participei das aulas de Educação Física até começar a representar o colégio na seleção de futsal (não me recordo de [...]





MEMÓRIAS DE UMA EDUCAÇÃO FÍSICA

Alexandra Nobre, 2012

          Lembro-me de uma primeira infância com algumas brincadeiras recreativas, mas nada tão sério, pois não realizávamos as aulas com um(a) professor(a) de Educação Física propriamente, pois eram as próprias professoras pedagogas que adotavam e trabalhavam todas as atividades conosco em sala e fora da mesma. Eu sempre gostava do momento em que diziam que era recreativo, pois era sempre após as aulas em sala e recordo-me ainda, que sempre depois da agitação tinha o momento de relaxar, ou seja, a volta à calma, acontecia isso também depois de todo recreio, todos os dias para retornarmos às aulas do segundo tempo.
          Enfim, no ensino fundamental tive um professor de Educação Física, ele era o único da escola. Não recordo de nenhuma aula teórica e, realmente, não tivemos nenhuma aula teórica com o mesmo. Nas aulas práticas alguns elementos básicos estavam sempre presentes, como o futebol para os meninos, o vôlei ou a carimba para as meninas e, assim se faziam as aulas. Poucas eram as meninas que se interessavam pelo futebol, e quanto ao vôlei e à carimba, alguns meninos gostavam, mas eles tinham a maior referência no futebol, notava-se que era como se tivessem uma forte necessidade de que se fossem homens teriam que jogar o futebol, para se afirmarem como tais.
          A maioria das aulas no fundamental era tida pelos alunos como uma aula qualquer, pois não existia aquela expectativa sobre uma aula diferente e inovadora da nossa parte, pois o professor sempre liberava a bola, e disso se faziam as aulas. E sempre acontecia a mesma coisa, os meninos iam logo para a quadra de futsal e se apoderavam do jogo sem dar sequer alguma oportunidade para as meninas.






MUDANDO DE TIME

Beatriz Maia, 2013

          O que lembramos quando ouvimos a expressão ‘Educação física escolar’? Bem, posso dizer, enquanto graduanda em Agronomia e ex-aluna de educação física nos tempos de colégio, que não mais que partidas de futebol, vôlei ou carimba.
          As aulas ocorriam às sextas-feiras. Íamos para o colégio já com o traje apropriado e com a felicidade de que, pelo menos, durante 50 minutos, extravasaríamos a vontade de correr acumulada da semana. Já estava certo: meninas jogavam vôlei e meninos, futebol, com a desculpa de que meninos tem força demais para jogar com meninas, frágeis e sem muitas habilidades com a bola.
          No ensino médio, a professora tentou inovar um pouco. Era dita como chata, pois não podíamos mais jogar a nosso bel prazer. Nosso instrumento não era mais só a bola, agora havia cones, bambolês e circuito de obstáculos. Foi um Deus nos acuda quando a pobrezinha resolveu passar um seminário valendo nota e com perigo de ficar para recuperação em Educação Física!!
          Posso dizer que em pouco mais de uma semana conhecendo mais sobre esses/as futuros/as profissionais que não esperava encontra-los/las debatendo sobre juventude, gênero, sexualidade ou sobre a influência que ferramentas midiáticas têm nos dias atuais sobre a sociedade. Logo eu, eu.. que me fazia de entendida por já debater também sobre isso e sobre outros temas, porém tendo uma visão restrita e corporativista dentro do meu Curso e da minha federação. Por que é sempre mais fácil debater com quem é do nosso time!






MEMÓRIAS DE UMA ALUNA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Isabelle Costa, 2012

Se eu tivesse que falar as memórias de minha adolescência certamente eu representaria uma tela em branco como a maioria das crianças, infelizmente, onde a Educação Física como componente curricular não encontra lugar relevante.
Hoje até acredito que existe um mínimo respeito ao falar da prática de Educação Física, sob diversos discursos, como o da criança necessitar gastar energia, melhoria da qualidade de vida ou mesmo para não se tornar uma criança obesa. Muitos discursos, pouca objetividade.
Na minha época era pior, valia mais a pena estar dentro de sala de aula “exercitando a mente” do que exercitar o próprio corpo. Desenvolvimento motor, motricidade, pareciam palavras distantes do dicionário de meus pais.
Um fato curioso é que facilmente eu conseguia arrancar de meu pai um atestado médico, impossibilitando minha prática de exercícios físicos sob a desculpa de possuir constantes enxaquecas. Ninguém sequer perguntava por que essas enxaquecas só prejudicavam a Educação Física, as outras aulas não.
Convém falar que esse papel irrelevante da Educação Física na minha história teve diversos fatores desestimulantes como o horário das aulas ser mais cedo que o habitual, a prioridades sempre ser dada ao “raxa” dos meninos para depois as mulheres timidamente se expressar, porém é daí que vi algo interessante para extrair e apresentar para vocês.
Lembrei que nessa época iniciou-se meu contato com outros corpos já que as roupas costumavam ser mais curtas e mais coladas do que as horrorosas fardas. Eu sempre tive um corpo largo, pernas grossas e meus seios foram os primeiros a crescer, e como isso me envergonhava e ao mesmo tempo em que sentia que algumas meninas invejavam meu primeiro sutiã, sentia vergonha de ser diferente. Sem contar que os primeiros sintomas da adolescência começavam a aparecer, o clima entre os meninos e meninas não era mais o mesmo e sentia pela primeira vez a presença se um elemento tão citado ao longo de nossa construção; a busca da autoestima.
Como depois das aulas de Ed. Física nós meninas deveriam tomar banho para reiniciarmos as aulas, veio outro elemento tão tenebroso como importante de ser tratado; a Nudez. O próprio corpo de várias meninas passava a ser um grande inimigo. Enquanto aquelas que gostavam de si e gostavam de sua imagem sentida e refletida, outras simplesmente com vergonha de si, iam abandonando as aulas, e o número de alunos ia ficando cada vez mais resumido.
O que posso concluir é que o próprio desrespeito que damos as aulas de Educação Física reflete diretamente na construção de nossa imagem, da autoestima e de como lidamos com nosso corpo. Diante de tantas disciplinas quem se importa em explicar e dialogar sobre as mudanças e impressões sobre nós mesmos?
Acredito que a Educação Física como disciplina é essencial no sentido de educar o corpo físico, mas também ensinar sobre esse corpo, para que o conhecendo e também suas particularidades e mudanças possamos nos aceitar e respeitar os outros.






Lara Sampaio, 2014

A educação física sempre esteve presente na minha vida, embora não tenha sido tão notada. Na infância vivi ótimos momentos de lazer e recreação, na escola lembro-me que tive vários professores de outras disciplinas fazendo papel de educador físico, davam-nos uma bola e nos mandavam brincar de carimba, bandeira e outras brincadeiras mais voltadas para a recreação. Quando fui para uma escola maior à educação física era realmente com professores específicos de educação física, lembro que as aulas eram divididas e se resumiam a quatro esportes durante o ano, e foi assim do meu 7° ao 2° ano do ensino médio, pratiquei sempre os mesmo esportes. Passei a praticar poucas aulas práticas e comecei a fazer algumas aulas teóricas, pois as práticas estavam se tornando monótonas e pouco divertidas, quer dizer nesse período um ou dois professores no máximo tentavam fazer algo lúdico, era difícil controlar tantos alunos, os meninos na sua grande maioria só queriam a bola e a quadra e não ligavam para os fundamentos ou brincadeiras e as meninas também na grande maioria achava ótimo não participar, afinal pra quê fazer uma atividade sem graça que “não traria benefício algum” e só servia para suar o uniforme e voltar para a sala de aula fedendo e cansada para assistir mais algumas horas de aula? Os esportes eram sempre: Basquete, Handebol, Futsal e Voleibol, necessariamente nessa ordem. Com essa divisão, passei um bom tempo da minha vida acreditando existir apenas esses quatro esportes e não via a possibilidade de praticar e conhecer outros. No 3° ano do ensino médio quando fui escolher a faculdade e o curso que iria fazer não me imaginava na educação física, nesse mesmo ano no colégio não existia essa disciplina pros alunos pré-universitários. Fiz o ENEM e coloquei o curso de educação física nem eu mesmo sei por que, e pensando que não iria concluir. Quando começou as aulas vi que eu iria gostar e desisti de trancar o curso, com o passar dos semestres percebi que era o que eu tinha e tenho que fazer e as possibilidades da educação física são muitas. Com o passar dos semestres descubro e duvido de muitas coisas e pretendo continuar assim. As vivências, as pessoas, as possibilidades são encantadoras. As memórias que tenho até hoje me fazer querer mais desse curso, dessa área tão humana e saudável que é a educação física.







Gildevan Albuquerque, 2013

Meu colegial foi marcado por vários momentos. Em todas as matérias, as lembranças me saltam como se tivessem acontecido ainda ontem. Dentre tantas memórias, somente as de educação física não são tão fortes. Talvez por isso eu esteja aqui hoje. Grande parte das lembranças que tenho é do professor dizendo: "assinem seu nome no papel e estão liberados”.

O que mais me indignava não era o método do professor em si e sim a imagem que ele deixava para seus alunos sobre a educação física. Sempre observei isso como um contraponto das minhas expectativas. Posso não parecer “o atleta”, mas sempre puxava o "racha", mesmo sabendo que já tinha sido liberado pelo professor para ir para casa. Não minto que via esse curso como largado, aonde se formavam pessoas especialistas em "peladas". Mas meu fascínio pelos esportes e como eles faziam pessoas totalmente diferentes interagirem de forma assombrosamente perfeita em prol de um objetivo, me fez “pagar para ver” e estou a cada dia mais satisfeito com minha escolha. Como é bom se enganar às vezes.

Mesmo que eu ainda esteja cursando o 1° semestre, já sou capaz de dizer que o mundo da educação física do colegial é mínimo perante a galáxia de opções que temos na universidade e me frustra saber que, mesmo com esse leque gigante, ainda existam professores medíocres, ao ponto de dar uma aula apenas fazendo uma bola rolar na quadra. Lógico que estou falando de uma experiência própria e que não estou generalizando. Porém, venhamos e convenhamos, essa história deve ser bem parecida com a de muita gente que possui o mesmo pensamento que o meu.

O fato é que devido a tais profissionais, o professor de educação física acaba sendo visto como inferior aos docentes das demais matérias, e como gosto de provar o contrário sempre, cá estou eu no curso, descobrindo mais do mesmo, o porquê do mesmo. Absorvendo e refletindo sobre e extraindo aquilo que sempre quis saber sobre o curioso mundo da educação física. Fascinando-me cada vez mais com o poder e a capacidade do corpo do ser humano.




Ana Paula, 2013

Meus professores de Educação Física e a falta que eles não me fazem.


Durante toda uma vida na escola tive cerca de cinco ou seis professores de Educação Física. O primeiro deles deu aula de futsal e futebol. O segundo deles, que chegou à escola para substituir o primeiro nos levou imediatamente até uma sala de aula convencional, nos ensinou o nome de alguns músculos, falou que daria aulas de vôlei, contou um pouco da história desse esporte, mas é engraçado porque das aulas práticas que ele deu só me recordo de futebol, futebol, futebol e futebol. 

Chegando ao ensino médio, troquei de escola, ganhei um pouco mais de liberdade. Pude escolher que esporte praticar, mais uma prisão, mas ainda sim uma prisão um pouco mais larga. Joguei handebol, ou melhor... Tentei. Não passei das primeiras aulas porque certa vez tive de fazer uma sequência de movimentos e ao invés de fazer correndo, fiz andando, não por preguiça ou indisposição, mas porque no momento em que o professor deu o exemplo, ele andou! Parou a aula imediatamente, pediu a bola, olhou para turma e voltou seus olhos para mim: “Com uma postura dessas, você desestimula o time e se for para agir assim é melhor ficar em casa.” E olhando para fila de garotas atrás de mim: “Se alguma de vocês quiser repetir isso, melhor ficar em casa.” Depois disso, me devolveu a bola. Olhei para o gol a minha frente, para as colegas atrás de mim que certamente fariam correndo, fariam sim, com certeza, depois de tão sutil ressalva do professor lógico que fariam. E do alto de meu orgulho adolescente, andei, não em direção ao gol, mas na direção do professor, entreguei a bola em suas mãos, não disse uma palavra e fui para casa. Chorei praticamente todo o caminho de volta. “Que babaca! Quanta arrogância! Para que aquilo? Para que?” Senti saudades das monótonas aulas de futebol.

Troquei de esporte, descobri o vôlei, cheguei a ser levantadora do time, mas certo dia o professor chegou e disse: “Hoje, vamos aprender rotação.” E a expert em rotação no time tem que ser quem? A levantadora! Pelo menos segundo o professor. A única rotação que eu conhecia era aquela que a gente estuda junto com a translação nas aulas de ciências e até que o conceito serviu. Mas, a aula começou a ficar extremamente chata com toda aquela cobrança de estar sempre no lugar certo, na posição certa, fazendo a coisa correta e sendo um exemplo para as outras meninas. Fui deixando de ir... Sabe onde eu acabei parando? No futsal! Ah, quantas saudades de “ziguezaguear” cones e usar coletes coloridos. Não tocar a bola e ser considerada a promessa do time pelo professor. Senti-me extremamente confortável, assim como quando fazemos uso de uma antiga maneira de pensar, um velho preconceito, uma zona de conforto. Na época eu não sabia, mas hoje sim, sei disso, da facilidade de um retrocesso. 

A lente acadêmica me fez repensar todas essas situações, a minha postura e a dos professores. Outro dia fui convidada para treinar basquete, dentro da universidade. Estávamos no aquecimento, não estranhamente correndo em círculos na quadra, quando vi uma menina se aproximar da outra durante a corrida: “Amiga, seu cadarço tá desamarrado.” Trocaram mais algumas palavras, quando o professor irrompeu em gritos que diziam mais ou menos assim: “Ei, vocês tão conversando o que aí? No dia do jogo eu quero saber se vocês vão ficar conversando. Sem conversa! Hoje nós vamos treinar forte, ouviram? Treinar forte!” Lembrei-me da aula de handebol, lembrei-me daquela maldita rotação no vôlei, mas dessa vez, continuei correndo, continuei lá, mas só até o fim do treino. Quando acabou eu só tinha uma dúvida em mente: “A que horas acontecem os treinos de futsal?”.




Brenda Laresca, 2016

No ensino fundamental até o 6° ano minhas aulas eram todas na quadra da escola e se baseavam em jogar futebol e carimba, eu estava em todas as aulas, mas não jogava muito bem e sempre era a ultima a ser escolhida. No 7° ano do fundamental passei a ter aulas teóricas e práticas, mas gostava mais das aulas teóricas, pois não jogava muito bem. No ensino médio continuei tendo aulas teóricas e práticas, mas passei a gostar das duas maneiras, pois estas não eram mais resumidas em jogos e os professores sempre vinham com propostas novas.




Danielly Araújo, 2016

Nunca fui muito fã de educação física, pois nunca fui boa com esportes. Nunca aprendi a jogar vôlei, basquete, futebol, na verdade eu era muito ruim, era motivo de piada, ninguém me queria na equipe, porque eu era estabanada, só tinha habilidades com palavras, apresentações, atuava, dançava, mas nada de esportes.

Só gostava das aulas teóricas, onde estudávamos a história do esporte entre outras coisas, por que eu sempre gostei de estudar as teorias quando mais nova.

Eu faltava às aulas práticas de educação física para poder participar do projeto de cinema e audiovisual que tinha na escola, lá eu me sentia incluída, lá eu produzia, atuava, maquiava, me sentia eu mesma, me sentia útil, já que em esportes eu ficava na reserva geralmente.





Ítalo Costa, 2016

A Educação física é uma disciplina que faz parte da grade curricular da maioria das escolas, e no meu ensino fundamenta, era uma das minhas disciplinas favoritas. Como a maioria das crianças eu adorava jogar bola, e não via a disciplina como outra qualquer e sim como um momento de recreação, onde eu poderia jogar, correr, pular, se divertir ao lado dos meus amigos. E como toda criança eu odiava as aulas teóricas. “Poxa vida, tá um dia lindo lá fora professora, vamos jogar!”. O pior mesmo era quando era aula prática e chovia ou acontecia algo que impossibilitava com que fosse, daí ficávamos em sala tendo aula teórica, e na outra semana teórica de novo, pois a professora nunca compensava.

Já no ensino médio minhas experiências com Educação física foram bem diferente, eu já estava mais crescido e entendia que não poderia ser só aula prática a todo tempo, (Eu disse que entendia, não que concordava). Posso dizer que foram de certa forma proveitosas, pois com os seminários e artigos que foram a mim passados, pude adquirir alguns conhecimentos que serão bastante uteis caso seja preciso eu realiza-los, como massagem cardíaca, respiração boca a boca, primeiros socorros em geral.

Por fim o que posso dizer em minhas experiências com as aulas da disciplina de educação física é que fora proveitosas, chatas (muitas das vezes), mas a cima de tudo, essenciais, pois aprendi varias coisas sobre o meu corpo.

Obs: Eu gostava mesmo era de jogar bola.



PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM SEUS MÉTODOS DE APRENDIZAGEM CONTRIBUI PARA A FORMAÇÃO DE JOVENS


Iury Castro, 2016


A Educação Física geralmente é vista como um tipo de recreação nas escolas, onde os alunos não levam muito a sério as aulas ou alguns professores não ministram as atividades da maneira correta, porém essa é outra questão. Como por exemplo, colocar todos os alunos em uma quadra com uma bola e deixa-los a vontade para fazer o que quiserem é a forma mais vivenciada de todos os tempos, entretanto vivenciei experiências bem diferentes que um profissional em questão transformou essa visão.

Em 2007 no ensino fundamental conheci uma professora chamada Emanuella, que tinha características encantadoras, era simpática, engraçada, alegre e com uma vontade de lecionar a ponto dos olhos delas brilharem ao entrar na sala de aula, porém a minha turma em questão seria um desafio profissional e até pessoal para ela, pois ensinar jovens da periferia e suas diversas complicações não seria uma tarefa fácil.

No início das aulas muitos conflitos foram gerados, pois quando chegava o dia da aula de educação física meus colegas apenas queriam a quadra e a bola liberadas para eles mesmos curtirem à prática de futebol, porém a professora tinha uma visão contrária a esta cultura de “rola bola” e claro que ela queria mudar tudo isso. Então nas aulas seguintes ela criou uma tabela com algumas modalidades das quais gostaria que todos tivessem conhecimento, como vôlei, basquete, handebol, atletismo e até natação por mais que na escola não tivesse uma piscina, porém a turma, ou melhor, os meninos criaram uma resistência, pois apenas queriam pegar a bola e sair chutando e chegavam até a ameaçá-la se não cedesse ao o que eles queriam. 

Então a professora resolveu trabalhar em cima dessa resistência, já que a maioria queria o futebol, decidiu organizar um jogo de futebol dentro da sala de aula, onde tinha o juiz, os bandeirinhas, os jogadores e até a arquibancada, isso para ensinar o histórico, as regras, a cultura do esporte, pois a mesma desejava dar aulas teóricas. Esse método aguçava a turma, os meninos perguntavam sobre coisas que eles desconheciam, tiravam suas dúvidas e aprendiam que o futebol era muito mais que apenas chutar uma bola. 

Com o processo bem-sucedido a professora ganhou cada vez mais a credibilidade da turma, podendo ensinar as outras modalidades na teoria e aplicando de forma satisfatória na prática, até se tornando uma verdadeira amiga, ajudando os colegas da turma com problemas familiares, sociais e com envolvimento com drogas.

Em resumo minha turma era como um time de futebol que não ganhava nenhuma partida há várias rodadas de um campeonato, onde precisava de um técnico que os orientassem como ser um atleta com resultados positivos dentro e fora do campo.



Leonardo Monteiro Dutra, 2016

De início, quando comecei a participar da capoeira, não entendia, apenas praticava, soltava movimentos sem objetivo... Era só diversão. Após um tempo comecei a levar a capoeira a sério, e estava convicto que a entendia. Então veio a aula de Fundamentos Filosóficos, e nela aprendi o que era corpo, alma e o que era mente e como essas ideias tiveram definições mudadas diversas vezes. Vi que os mais antigos influenciavam os atuais não importando a diferença de época entre eles, percebi como uma ideia pode mudar uma geração. Vi que o corpo já foi valorizado da mesma forma que a alma/mente e depois o corpo passou a ser esquecido, foi visto apenas como objeto como algo que você tem, algo que você possui. E a partir desse contexto comecei a encontrar semelhanças com a capoeira, vi que capoeira e Filosofia poderiam ser comparadas de uma forma impressionante, pelo menos pra mim, que nunca tinha parado para pensar nisso. Então em todo treino e alguns momentos que parava para refletir vi que era inegável as semelhanças entre capoeira e Filosofia. Começando pela criação da capoeira que veio da capacidade dos negros escravos de questionar e buscar a liberdade, com isso entra o pensamento de Descartes, que dizia que tudo começa com a dúvida. 

Em seguida veio uma das grandes lições de Kant que é a explicação de que não podemos saber como o mundo é em si, mas sim como o mundo se mostre para mim e para os outros, não havendo apenas uma verdade, e percebi com isso que a capoeira era entendida de diversas formas diferentes a partir de uma definição. 

Teve também Merleau-Ponty que dizia que somos movimento, gesto, expressividade e é exatamente o que um capoeirista é, com toda sua malandragem e expressão no jogo, tornando ele único.

E com Spinoza vi que a roda de capoeira se tornava um único corpo, pois de acordo com ele corpo é um conjunto de relações que estão em uma determinada harmonia e a roda é exatamente isso, a relação entre a bateria de instrumentos mandando energia para a roda, as pessoas que estão na roda batendo palma e respondendo o coro mandando energia de volta para a bateria, e esse fluxo de energia acaba se concentrando no meio da roda, fazendo com que os capoeiristas que estão jogando convertam essa energia em potencia e o jogo deles fica com muito mais força e vitalidade e outras infinidades de sensações formando uma enorme harmonia. Uma prova dessa potencia contagiante é quando só tem uma roda de capoeira com uma energia ótima e quem está doente fica bom, quem está machucado não sente e quem não conhece que conhecer, quando você está uma roda de capoeira e o sorriso não sai do rosto é uma sensação estranha toma conta do seu corpo e você não sabe o que está acontecendo, mas o que está acontecendo é que você está começando a fazer parte da harmonia da roda e isso é incrível. Mas além de toda essa potencia de Spinoza ou expressividade de Merleau-Ponty via que a capoeira foi a maneira que eu encontrei de me comunicar com o mundo, o mundo que por muito tempo não consegui alcançar, entendi o motivo pelo qual escolhi a capoeira, entendi finalmente a capoeira... Entendi que ela não é algo que passou a ser explicado com meras palavras, mas algo que deve ser sentido. Vendo isso gostaria de encerrar meu mapa fazendo um jogo solo em estilos diferentes e o primeiro é angola, um jogo mais fechado e embaixo para representar justamente o momento da minha vida em que não consegui alcançar o mundo, pois estava com medo e inseguro, e o segundo no estilo regional para representar quando finalmente achei uma maneira de alcançar o mundo do qual eu havia me desconectado. E para encerra a fala eu gostaria de citar uma frase do mestre Patativa: “O capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, e sim aquele que se deixa movimentar pela alma.”



A MULHER QUE DEIXOU DE SER CADEIRA

Samara Maia Andrade, 2016

Já fui criança sabia? Eu era livre, vivia tudo. Até areia eu comi (rir-se).
Subia na árvore, cheirava o cachorro, sentia tudo e todos. Adorava abraçar. Mas fui crescendo e ouvindo: “menina não faz isso, parece que não tem cabeça!”. Isso para mim era muito estranho, pois minha cabeça estava exatamente onde deveria estar: no corpo! E como na história nosso tempo foi passando e os padrões foram mudando. Na minha adolescência o meu corpo o que chamavam de feio, mas eu era atleta. Só que como criança não tinha cabeça estudava muito para tentar compensar alguma forma. Nunca fui excelente em nada, meus amigos sempre eram maquinas de jogar bola, eu jogava por gostar, para ser livre, se mover! Mas pele exigência dos estudos viramos maquina, objetos. Eu era uma adolescente pequena, curiosa que gostava de estudar e escrever, meu corpo que não até era forte, mas começava a definhar sentado em uma cadeira. Eu a criança livre, curiosa e afetuosa que queria descobrir o mundo por si e não tinha medo de perguntas, virava um ser estranho que podia ser medido, dividido, categorizado e moldado, como um objeto, como a cadeira que eu sentava para estudar, essa aqui. Racionalizando e tentando entender o mundo. O mundo da cadeira humana. É, isso mesmo! Era o único mundo que eu iria conhecer, pois presa nas vergonhas e na insuficiência que me fizeram acreditar que tinha o meu corpo, e pensando que não havia espaço para trabalha-lo, pois era secundário, primordial era os estudos, a mente, como iria descobrir nosso mundo? O mundo dos humanos. Eu queria uma resposta... Gostaria de convidá-los a viver essa resposta. Sintam-se a vontade para continuarem sentados ou deitar-se para fechar os olhos e entender meu despertar.

Um dia em uma sala como essa, aos 20 e poucos anos, em uma nova velha experiência meu corpo pode gritar e acordar, mas para entender minha história, convido-os a vivê-la. Como essa menina cadeira descobriu seu corpo, percebeu-se humana, fitou as memórias revelas pelo seu corpo, no seu movimento existencial.

E eu que acreditava no exato, no pensar e calcular, comecei a sentir e a viver. Comecei a ser humana. Larguei o que me disseram ser o melhor (a exatidão de engenharia) e voltei às raízes da menina que subia nas árvores e gostava de abraçar, voltei a paixão pelo movimento (pela vida). E no recomeço dessa história, no fim desse primeiro passo vejo que o todo é maior do que a simples soma das partes que fiz a escolha certa. Voltar ao movimento onde o se perceber e o perceber o outro não pode passar despercebido.




Thaysmenia, 2016

No dia 27 de junho de 2013, estava prestes a participar de dois campeonatos, um de handebol e outro de rugby; a preparação estava a mil. Quando neste dia participei de um amistoso de handebol e tudo mudou repentinamente. Saltei para fazer o gol e a paleta do meu joelho esquerdo girou, porém ninguém imaginada a gravidade do que havia acontecido. Todos eufóricos procurando ajudar de alguma maneira, eu chorava bastante, pois sentia muita dor. E enfim lavaram-me para enfermaria, colocando gelo, mas a dor só aumentava. Então, levaram-me ao médico, chegando lá eu gritava de tanta dor. Bati um raio-x e tudo normal. Tomei remédios e já que a dor era persistente o médico engessou minha perna. Não sabia se chorava mais de dor ou do entorno da situação, já que independente de tudo não iria mais participar dos campeonatos. Enfim fui para casa, passaram-se alguns dias e retornei ao hospital, com a ressonância que havia pedido. Ele olha e me diz: “é garota, você terá uma vida normal, porém nunca mais poderá praticar tais esportes”. Naquele momento era como se o mundo tivesse desabado. Chorei como uma criança que recebe um “não” de seus pais. O tempo passou, passei um ano sem praticar esportes, o ano mais doloroso da minha vida, já que esporte é minha maior paixão. Então no final do ano passado resolvi ultrapassar essa barreira, retornei a malhar e comecei a praticar muay thai, no qual estou prestes a participar do campeonato cearense. Sendo que já me machuquei novamente, porém acredito que irei passar essa fase e alcançar aquilo que mais busco: continuar me superando dentro desse esporte, o qual sou apaixonada.



CORPOREIDADE NA EDUCAÇÃO

Tamires Ferreira, 2016

Nosso corpo e até onde ele é nosso? Até onde nos sentimos parte viva e atuante dele? O que faremos com esse corpo? E até onde conseguimos explorar as potencialidades dele? Até onde sabemos o que conseguimos fazer ou o que não queremos fazer?

Os limites do nosso corpo estão além as covas o nosso corpo, estão além dos diagnósticos pré-estabelecidos, dos nossos medos e receios, pois o nosso corpo é um ser vivo em que tudo isso já mencionado faz parte, porque tudo sou ele. Eu sou um corpo com repletas marcas, de medos e receios que busca lutar todo dia com quem eu fui, quem sou (e essa busca em saber isso) e com quem os outros impõem/querem que eu seja.

Sou esse corpo que se movimenta no compasso do ritmo que pulsa e reverbera pelas pessoas e pelas situações que vão além de curvas lineares e padronizadas. Que mesmo as vezes, podada pelas responsabilidades, não se deixa ser consumida, nem morta, pela falta de se importar do mundo.