Apesar de ser
filha de um relacionamento que começou numa quadra, de um casal que faz
atividade física quase todo dia, a escolha profissional causou alvoroço. Era
para eles, cursar Educação Física era um desperdício de potencial. Prestei
vestibular naquele ano focada no curso de Educação Física da UNICAMP e, para
não contrariar os desejos alheios, prestei outros vestibulares para Medicina,
os quais fiz questão de rasurar, para não ter chance de passar.
Peguei a mochila e a estrada,
para começar uma viagem com muitas curvas. Sai do interior das Minas Gerais
aos 17 anos e fui conviver nas buzinas, no trânsito e nos semáforos da cidade
de Campinas/SP. Em março de
1993, cheguei na UNICAMP para fazer
o curso de Educação Física decidida
a aprender ao máximo. Isso foi essencial para não escolher a priori uma disciplina, uma área ou uma linha de pesquisa. Eu fiz
tudo que pude e aproveitei todas as chances que apareceram.
Na graduação
participei de diferentes grupos de estudos, tive duas bolsas com projetos e
orientadores distintos, na Iniciação científica e, ao mesmo tempo, fiz dois
Trabalhos de conclusão de curso diferentes.
A amplitude, era para mim um norte, eu andava na trilha contrária a
especialidade. Esta liberdade reflexiva era visível no formato que os trabalhos
foram tomando.
Eu inventava caixas,
quebra-cabeça, maquetes, labirintos, histórias e personagens. Arriscava nos
efeitos em áudio e na maneira de apresentar os painéis de congresso. Numa
ocasião, multipliquei o espaço criando nove placas giratórias, assim, além de
expor mais informações, tinha vários caminhos para apresentar, os quais eram
definidos na interlocução com os debatedores.
Minha monografia de licenciatura foi defendida após a banca passar por um Labirinto de 90m2. O Labirinto da Corporeidade provocava o visitante a refletir sobre a história do corpo e o corpo na história. A perguntar-se sobre o que muda quando um professor valoriza e reconhece a experiência cultural dos alunos, não como ponto final, mas como ponto de partida. Ou, a necessidade de entender as diversas práticas corporais de maneira menos estigmatizante ou excludente.
Neste
contexto, foi “natural” pensar num trabalho de mestrado relacionado à criação
de materiais educativos. O projeto foi aprovado e iniciei o curso em 1998.
Em julho do mesmo ano, fui para Nova York. A curiosidade despertada pela propaganda do Children´s museum me levou a caminhar pelo meio de Central Park e procurar o local onde se divulgavam o design para aprendizagem auto instrutiva. Cada andar um tema. Paredes com fichas de imã, instrumentos gigantes, cores e perguntas variadas. Fiquei encantada e na volta ao Brasil, vendo as fotos junto com a minha família, veio em alto tom a exclamação: mais é isso que você faz!
Em julho do mesmo ano, fui para Nova York. A curiosidade despertada pela propaganda do Children´s museum me levou a caminhar pelo meio de Central Park e procurar o local onde se divulgavam o design para aprendizagem auto instrutiva. Cada andar um tema. Paredes com fichas de imã, instrumentos gigantes, cores e perguntas variadas. Fiquei encantada e na volta ao Brasil, vendo as fotos junto com a minha família, veio em alto tom a exclamação: mais é isso que você faz!
Em julho de
1998, fui ao World Science Sport Congress nos Estados Unidos. Depois de folhear
a programação do congresso, escolhi um tema livre para assistir. Quando entrei
na sala, situada no segundo andar do prédio, eu era a única nas cadeiras de
ouvintes. Por isso, achei delicado não sair. Fiquei lá para ouvir a
apresentação do pesquisador. Internet! Ele apresentava um site sobre esportes para
adolescentes. Eu fiquei inquieta e inspirada. Voltei para Unicamp, enviei um
documento para a Fapesp e pedi mudança do projeto.
Isto foi fortalecido pelos livros que comprei na minha primeira visita a Universidade de Harvard. Adquiri livros sobre “Teaching for Understading”, referencial pedagógico do Projeto Zero baseado na compreensão que de que ser humano é multidimensional. Na volta ao Brasil, mudei a direção da dissertação, ao invés de montar materiais impressos, ia criar um website.
Defendi o mestrado em dezembro de 2000 e prossegui meus estudos sobre mídia-educação e aprendizagem com tecnologias. Em 2001 fui a Harvard participar de um encontro de educadores latino americanos e depois participei deu um curso EAD sobre ensino para compreensão. Entendo que a linguagem escrita não seja o único meio de discutir e fazer ciência, assim que, em diferentes ocasiões busquei colaborar para que as pessoas pudessem refletir sobre alguns assuntos a partir de outras formas de expressão.
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