[EXPERIMENTAÇÃO] Aulas de Equilíbrio Na Educação Física Escolar: Elementos do Circo e da Ginástica - Fabrício Leomar Lima Bezerra

Autor: Fabrício Leomar Lima Bezerra
Nome da Escola: Escola de Tempo Integral Professor José Júlio da Ponte
Segmento: Ensino Fundamental
Tipo de Instituição: Municipal




Em uma das aulas do 6° do ensino fundamental, o tema foi "equilíbrio". Nós conversamos sobre os tipos de equilíbrio (estático, dinâmico e recuperado) e durante o processo eu não queria que eles vivenciassem formas de equilíbrio que já estavam internalizadas, mesmo que eles não as percebessem, então, pensei em possibilidades e foi nesse momento que me vieram à lembrança os elementos da ginástica e do circo, assuntos da Educação Física geralmente pouco inseridos no contexto escolar. Sempre comento com meus alunos que para mim a Educação Física é mais prática que teórica. Mesmo sabendo que a escola estava sem recursos eu queria que os alunos vivenciassem, por isso, fui a uma marcenaria e pedi a um amigo que fizesse as pernas de pau, comprei o latão e fiz o ”rola-rola” e levei para a escola, foi uma grande alegria para eles que relatavam: “ai tio, eu só via isso na tv!”. Já para mim foi importante a vivência e a experiência de tê-los olhando para os objetos. Na atividade relacionada à ginástica, muitos olhavam para as figuras de equilíbrio propostas e de antemão já diziam que não iam conseguir, que era difícil. Entretanto,  ao final da aula pediam as figuras mais complexas ou até mesmo inventavam novas figuras. Se havia uma figura de equilíbrio que eles tinham de fazer de costas como estava na proposta eles queriam fazer de frente ou queriam fazer com outra pessoa. O que torna o processo bem sucedido é a significação do equilíbrio e o interesse por criar por parte dos alunos. Então, pra mim, hoje, fica isso. Quando eu os encontro em um corredor e falo sobre equilíbrio eles lembram da aula, eu pergunto: “onde estava o equilíbrio dinâmico?” e eles dizem: “ah tio, foi quando a gente estava andando sobre a corda e levando o limão na colher”. Tem também a questão de ser um desafio para eles, de no primeiro momento eles apresentarem certa resistência, mas após esse primeiro contato eles quererem se superar e logo em seguida surgir o “querer criar”. Esse tipo de experiência marca tanto que na aula seguinte os alunos pediram que fossem as mesmas atividades. Eu até brinco que é parecido com a paixão nacional pela bola, como o jogar bola é a mais constante nas aulas de educação física, todas as aulas eles queriam a bola, mas agora todas as aulas eles querem a perna de pau!