Antônio Vitor, 2016
Corri, pulei, joguei, e brinquei, mas será que isso foi mesmo Educação Física?
Durante toda minha infância realizei atividades que hoje, com o conhecimento que estou adquirindo como acadêmico de educação física, posso dizer que foram apenas recreativas. As aulas eram divertidas, para mim sempre foram, pois gosto de estar sempre em movimento, ou desenvolvendo alguma atividade.
Tive professores excelentes, outros nem tanto, tive professor que só nos dava a bola ou o brinquedo, as atividades eram desenvolvidas por nossa conta, e eu que nunca me identifiquei com esportes como o futebol, lutas e outros “esportes de meninos”, optava por jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, até sentia vontade de experimentar jogar o tão famigerado futebol pelo qual os meninos brigavam com as meninas para ficarem com a quadra, mas havia sempre uma superioridade dos que jogavam mais, o que me levava a nem chegar a tentar.
Amarelinha, carimba, corda. Eu adorava essas brincadeiras, mas sempre algum dos meus colegas, pais, familiares e até mesmo os professores me diziam para praticar coisas que para mim, não eram atrativas. “A-corda, MENINO, isso é brincadeira de MENINA, vai jogar futebol, vai jogar bolinha de gude ou soltar pião.” E isso ecoou por muito tempo.
No ensino fundamental as coisas começaram melhorar, o professor já nos dava aulas teóricas, nos apresentou esportes novos, mas na prática continuava sempre aquela mesma predominância do futebol na quadra. Uma vez ou outra fazíamos brincadeiras mistas, ou os meninos se juntavam as meninas no vôlei. As coisas até que progrediam, era possível ver meninas no futebol ou em outros jogos com os meninos, e os meninos estavam mais passiveis de interação, até experimentei jogar futebol!
Eis que surge um projeto social no município o qual oferecia diferentes modalidades de esportes, dentre elas estava o handebol, eu não lembro como fui convencido a pratica-lo, nas primeiras aulas eu já gostei, nisso eu descobri que havia uma escolinha desse esporte fora do projeto, e que eu poderia ir, e fui. Paralelamente as aulas eu o praticava, cheguei até a participar de competições, e o handebol foi um dos grandes responsáveis por eu estar hoje cursando educação física.
